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4 motivos para você defender o SUS

De atendimento emergencial gratuito ao controle de doenças epidêmicas, o Sistema Único de Saúde (SUS) detém um dos modelos de saúde pública mais completos do mundo


Imagine que você acorda na madrugada com uma dor insuportável no abdômen. Pede ajuda a um familiar, porque não está conseguindo nem levantar da cama sozinho, e vai até a emergência do hospital mais próximo.


A médica que o atende informa que é preciso operar a vesícula imediatamente. Por mais que a ideia não seja tão agradável, tudo que você precisa fazer é vestir o avental entregue pelo profissional de enfermagem e aguardar a liberação de uma sala cirúrgica.

Se você morasse em outro país, no entanto, talvez precisasse avaliar, enquanto tenta lidar com a dor e a tarefa de avisar colegas do trabalho e familiares, se dispõe de recurso financeiro para pagar pela cirurgia.


No Brasil, a gratuidade desse tipo de tratamento só é possível por conta do SUS – um modelo de saúde universal criado há poucas décadas. A seguir, confira 4 motivos que fazem do SUS um dos mais completos sistemas de saúde do mundo.


1. Acesso gratuito e universal para atendimentos de saúde


Até a década de 1980, muitos brasileiros não tinham acesso à saúde. Havia um sistema público, é verdade, mas ele só atendia quem contribuía para a Previdência Social. Pessoas desempregadas, por exemplo, dependiam da caridade dos hospitais filantrópicos.


Isso só mudou a partir da Constituição Brasileira de 1988 e da subsequente Lei nº 8.080, que definiram o acesso à saúde como um direito de absolutamente todos os cidadãos, permitindo que as pessoas consultem, façam exames e realizem tratamentos independentemente de sua condição financeira.


Com acesso gratuito e universal, o país pôde investir em cuidados preventivos, diminuindo os índices de doenças graves e controlando doenças crônicas.


2. Modelo descentralizado e participativo


Antes de 1988, o sistema de saúde era centralizado, ou seja, ficava exclusivamente sob responsabilidade federal. Assim, a gestão em nível municipal e estadual era muito mais engessada. Com o estabelecimento do SUS, a organização da saúde foi descentralizada, dando espaço e poder de decisão aos municípios.


Para além disso, o SUS inovou permitindo a participação social de seus usuários – as pessoas que realmente utilizam o sistema e sabem, na prática, o que é preciso fazer para contribuir e melhorá-lo. A participação popular acontece nas conferências de saúde, que ocorrem regularmente nos níveis municipal, estadual e nacional; e a partir dos conselhos de saúde.

3. Distribuição gratuita de medicamentos


Através do SUS, a população tem acesso gratuito a medicamentos para diversas doenças, como hipertensão, asma, diabetes e HIV/aids. Pessoas que precisam de tratamento para glaucoma e colesterol, além de itens como anticoncepcionais e fraldas geriátricas, ainda conseguem comprar com até 90% de desconto nas redes conveniadas ao programa Farmácia Popular.

4. Assistência completa em saúde: de vigilância epidemiológica à vacinação


Mesmo se você possui um plano de saúde privado – situação de menos de ¼ da população brasileira, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) –, ainda assim utiliza o SUS. Todos os dias.


Para além dos atendimentos, tratamentos e exames, o SUS está presente em todos os espaços que permeiam a área da saúde no país, como a vigilância epidemiológica, que realiza controle de pragas e monitora casos de doenças transmissíveis como coronavírus e dengue, entre outras ações; e a vigilância sanitária, que atua para prevenir riscos à saúde a partir de ações como fiscalização e aprovação de alimentos (tanto industrializados quanto de estabelecimentos comerciais) e o controle de qualidade da água que você utiliza para se hidratar e tomar banho em casa, por exemplo.


Serviços como o SAMU e instituições como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) também estão vinculados ao SUS. Além disso, procedimentos como doação de sangue (e a disponibilização dos próprios bancos de sangue) e transplante de órgãos, entre diversos outros recursos, só existem no Brasil por conta desse sistema mundialmente reconhecido como um dos maiores e mais completos do mundo, que é o SUS.

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